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domingo, 6 de dezembro de 2015

Conclusão do módulo Artes Visuais e a Cultura Negra

por Juliana dos Santos


Iniciei o curso com um breve panorama sobre os lugares do negro nas artes visuais brasileira. O processo de desconstrução de olhares foi proposto a partir de leitura de imagens coletiva, a partir de uma série de fotografas e imagens de diferentes representações do negro ao longo da história da arte brasileira. Desde as pinturas e gravuras dos viajantes do séc. XVI ao XIX e as fotografias dos cartões de visita até a contemporaneidade com artistas negros que retomam estas representações de maneira a ressignificar e tensionar os discursos racistas e preconceituosos. A ideia era ampliar o repertório acerca da produção artística visual afro-brasileira e analisar os discursos que propiciam a invisibilidade e desvalorização da produção artística negra.

A princípio a proposta de atividade prática para cada encontro era a produção de fotografias a partir dos temas e conceitos discutidos em aula. Ao final do curso no último encontro realizaríamos uma pequena mostra com as imagens produzidas pela turma. A realização do exercício fotográfico era fundamental para a construção das pautas para debates e ligação com os discursos dos artistas negros selecionados.

Entretanto muitos professores não realizaram as atividades o que prejudicou um pouco o andamento do curso inicialmente proposto. Vale ressaltar que a grande parte dos professores não tinha contato com os debates de relações étnico-raciais e tampouco acerca da obrigatoriedade do ensino de arte e cultura afro-brasileira e africana pela Lei 10.639/03. Contudo os professores se demonstraram bastante interessados, entretanto a maioria deles não tinham cursado outros módulos do Iretí. Acredito que se eles tivessem a base da discussão conseguiríamos avançar mais na discussão sobre arte.

 Em vários momentos tive que parar o conteúdo para retornar a conceitos básicos de diferenças entre racismo e bulling, cotas raciais e sociais e sobre o termo “racismo ao contrário”. Foi bem difícil trabalhar a desconstrução de estereótipos e debater sobre o racismo institucional nas artes, nos currículos, conteúdos, museus e nas midias.

A experiência foi muito boa no final do curso conseguimos chegar a leituras bacanas acerca da produção artística de alguns artistas negros contemporâneos que usam o registro fotográfico e a reedição de imagens como uma maneira de provocar outras maneiras de olhar para arte. Muitos professores não conheciam nenhum artista apresentado nas aulas e acharam importante tomar conhecimento de outras referências de imagens e de arte para as suas aulas.

 Creio que este módulo seria mais proveitos se fosse continuação de um módulo básico de história, por exemplo. Um fator instigante foi o fato de ter poucos professores de artes inscritos. Ocorreram alguns imprevistos de ordem burocrática, na minha turma tinham cerca de 39 pessoas com muitas dúvidas referentes a certificados e pontuações na DRE. Como eu não sabia responder gerou um pouco de stress, no primeiro dia a Thainá foi, e explicou os processos, mas seria importante se eu tivesse acesso a essas informações com antecedência para repassar aos professores, foi bastante confuso pra mim e para os professores.








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